17 de set. de 2013

Folha de Bananeiras Nº 03 - Setembro/Outubro/2013

Já está na gráfica, a revista Folha de Bananeiras número 03 - setembro/outubro de 2013. Dentro de poucos dias os assinantes estarão recebendo seus exemplares, em casa. Aguardem!


Conheça a Folha de Bananeiras. Click no link para ler a Revista no simulador de passagem de páginas:  http://issuu.com/guy_joseph/docs/folha_de_bananeiras_09

12 de set. de 2013

Tempos Modernos



Tempos Modernos
Ramalho Leite

Outro dia estava chegando a João Pessoa e ouvindo a entrevista de um deputado sobre a pretendida instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito-CPI para apurar casos de pedofilia. De súbito, ele parou seu discurso e esclareceu aos ouvintes:
-Antigamente se chamava de tarado. Com o “avanço da tecnologia”, agora se chama pedófilo....
Deixando de lado a “tecnologia parlamentar”, enquanto estou em Bananeiras aguardando que sejam acesas as fogueiras do Melhor São João Pé de Serra do Mundo, sou testemunha do seu avanço na seara do desenvolvimento sustentado. A cidade mudou o seu norte desde que a patroa aqui de casa virou prefeita. Ela tem repetido que esse novo rumo  foi fruto do seu inconformismo com a acomodação secular que apontava para a estagnação econômica do  município. Ao chegar à Prefeitura, Marta deparou-se com um quadro econômico deveras constrangedor. O dinheiro circulante  era produto quase exclusivo da aposentadoria rural e  do bolsa família. Para um município que já rivalizara com Minas e São Paulo a qualidade do seu café, era de verter lágrimas.
A propósito, foi para levar a produção cafeeira até Cabedelo e de lá  à exportação, que Solon de Lucena defendeu intransigentemente a chegada do trem, “nem que fosse por debaixo da terra”. E foi assim mesmo. A escavação do Túnel da Serra da  Viração demorou dez anos e, quando, finalmente, a máquina a vapor aportou na estação que o esperava há dois anos, a praga  havia dizimado as plantações de café. Os senhores do café viraram senhores de engenho e o retrato da riqueza da época se revela ainda hoje na arquitetura dos casarões e sobrados centenários.
Pois essa historia, a beleza que restou da opulência cafeeira, os recursos  naturais do território e o clima de serra gaúcha precisavam ser divulgados e vendidos aos investidores e visitantes. O trabalho iniciado em 2005 com uma legislação protecionista que incentiva a construção de moradias de lazer, hotéis e pousadas e a preservação do patrimônio histórico, começa a produzir frutos a olhos vistos. Já são oito os condomínios registrados e alguns já entregues aos seus sócios, com toda a infra-estrutura anunciada. Os hotéis estão surgindo e começam a ser inaugurados.
Um desses casarões seculares a que me referi, foi restaurado, adaptado e ampliado. Virou um hotel com 55 apartamentos. Um equipamento de primeiro mundo.  O hotel pretende hospedar prioritariamente os adeptos do golfe pois o mesmo grupo empresarial constrói o primeiro campo de golfe da Paraíba, aqui em Bananeiras. Que enxerimento não? Alirio Trindade Leite é o nome da fera principal, coadjuvado por Josines Cirne Ramalho sócios nesses empreendimentos.
Pois é com alegria que vejo esse avanço de Bananeiras nos tempos modernos. Que pena essa nova historia não ser testemunhada por Clovis Bezerra, Humberto Lucena, Orlando Cavalcanti, Maurílio Almeida ou pela “candeia espevitada da UDN”, Arlindo Ramalho que abriu esse caminho para Marta.
 Estamos bem distantes da luz elétrica que vinha de Borborema, invenção de Zé Amâncio Ramalho, pai do General Edson. Está longe a historia  do primeiro ferro de engomar  que Manoel Soares comprou. O ferro pedia energia demais para a corrente fraca que era distribuída. Conta o professor Waldez Soares que toda vez que sua mãe ligava o ferro elétrico a luz oscilava e a cidade reclamava:
-Ligaram o ferro de Manoel Soares...
Agora amigos, quando a luz tremer em Bananeiras, a cidade vai dizer feliz:
-Ligaram o elevador do Hotel de Alirio.  Chegamos à modernidade!